Tudo começou assim:
- Olha pra baixo o suor no tronco...
- O tronco está duro.
- O que você tem a fazer? Chupar?
- Prefiro passar o dedo em seu prósgalho.
- Ah, você quer apertar aqui?
- Bem, não....sim, sim, é isso.
- Vai com cuidado que a terra é de todos.
- O tronco está duro.
- O que você tem a fazer? Chupar?
- Prefiro passar o dedo em seu prósgalho.
- Ah, você quer apertar aqui?
- Bem, não....sim, sim, é isso.
- Vai com cuidado que a terra é de todos.
- Eu não deixo. Prometo. Só quero suas folhas.
- Diacho. Deixa eu baixar.
- É sua primeira vez?
- Claro. Não vê que é rosado?
- Finca as quatro raízes no chão.
- Só tenho três.
- Tá. Posso girar os dedos dentro?
- Não.
- O que é que tem?
- Vai azedar os nós.
R. defendia a tese de que “quem vive em árvores não sente impulso para o chão incontrolável, não necessitando de uma moral para controlar tal impulso....O orgasmo não é psíquico, é um fenômeno que só se produz pela redução de toda atividade vegetativa primitiva.”
- Eu ponho celulose...
- Vai estragar a seiva.
- O que faço então? Esses nós me deixam louca!
- Acho que somos tão desiguais...
No nível político, a proposta de R. contrariava a moral ambiental e defendia a necessidade de uma organização social mais desenvolvida ao nível da floresta.
- Não somos desiguais. Já lhe mostrei o meu apetite?
Ele enfia as duas unhas do galho e contorce-se de gozo.
Fase de contrações musculares involuntárias e aumento automático dos nós.
Deliciam-se com a chuva que vem.
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