Estava ali
sobre o sofá. Pronto a sair de novo.
Seu corpo
alimentava fantasias várias.
E havia muitas
mais para alimentar.
Vozes soavam.
Há muito, anunciavam sua morte.
Ali debaixo do
edredom filosofava sobre o gráfico de seu destino.
Tinha intenção
de realizar aquele velho projeto: digitalizar e disponibilizar toda a obra
Dele.
O que Ele
acharia disso?
Vivia agora
cheio de alcatrão e cachaça.
Joga o edredom
para longe.
Um leve medo.
Ontem fora cercado por um parente seu que vivera entre monges dominicanos: o
velho sacana Poliphili Hypnerotomachia. Todos achavam esse nome intragável.
Seus pais escolheram esse nome depois de decidirem não mais beber. Talvez venha
daí o intragável.
O pai passara a
freqüentar igrejas léxicas. Contaminara-se do fervor das entrelinhas.
A mãe resolvera
ser estilista bibliófila, mania de lombadas, quartas capas, cabeças, guardas
brancas, miolos, pés.
Ela tinha um
pé! Que pé! Babel me livre!
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