quarta-feira, 19 de setembro de 2012

KYU - ABUSO SEXUAL


Sabe, Kyu, uma cadela como você não existe. É como se eu tivesse falando com uma pessoa. Por isso, não sinto vergonha. Pode alguém me ver falando contigo, que não tou nem aí. Você é meu diário animal, isso.

Sabe, eu tava navegando ontem e fui ver a origem de sua raça... Caraca, a porra do cigarro acabou...Bicha, fiquei entusiasmada. Você é quase gente. Pode acreditar. 

Tua raça é surpreendente. Diz que você se liga com um dono só. Vai vendo. Fica ligada nele até a morte. Falar nisso, desencosta um pouco. Espero que você me deixe um pouco livre. Não gosto de amor obsessivo.

Hoje, Kyu, o dia foi de matar. O lance pior foi o ciúme do Bereco. Poxa, o cara não tem confiança em mim. Não sei até quando vou agüentar. Pensei até em terminar o namoro. Pensei não, penso.

Foi assim, me escuta: a gente foi no Kareca’s Bar só pra terminar o programa. E chegando lá, quem a gente encontra? Diz. Você nem imagina. O Mauro, meu antigo namorado. Aquele, o do mesclado. O ex-viado que se tornou pastor. Da Igreja Deus só Deus.

Mas, vê bem, Kyu. Não tira conclusões precipitadas. O Mauro tava com a Lia. Sabe, a Lia? Eu já te contei sobre ela. Bonitona, loira, corpo turbinado, dentes lindos. Mais razão tinha eu de ficar enciumada. Os olhos do Bereco quase furavam o sutiã da loira.

Que homem que chega perto dela e não encara aqueles peitos? Eu vi ele encarando. Mas não liguei. Você não acha que eu...Eu disse ho-mem, sua cadela!

O Bereco devia tar zicado, doidão. Ficou a todo momento provocando o Mauro com seu conhecimento de AC/DC, The Doors, Rolling Stones, etc. etc. E o Mauro, trouxa, aceitou o desafio. Rolou um papo chato que só você vendo.

A Lia? A Lia entrou na discussão. Talvez quisesse mostrar que não era só corpão. Mas suas observações sobre bandas eram bem chinfrim. Nessa disputa de egos, me esqueceram.

Eu pensei: quer saber, vou pro outro lado. É que do outro lado do bar eu já tinha visto uns amigos meus do teatro. E eu precisava de cigarros. O meu maço acabara.

O Bereco nem notou minha saída... Kyu, tá cheirando o quê? Vem cá, presta atenção em mim, senão eu compro um diário e não te dou mais carne. 

Ah, agora, você se tocou, né? Falou em carne, tu já se vende. É falar em carne e passear, tu já contorce o fiofó. Parece umas amigas minhas. Falou em homem e rolê, elas já vestem a calcinha mais apertada, ou nem usam.

Gostou da perna do padrinho?

Cara, quando cheguei na turma do teatro, foi aquela festa. Perguntaram se eu não ia voltar. Eu disse que tava com planos pro outro ano. Na verdade, aqui pra nós, tinha decidido nunca mais fazer teatro amador.

Já foi meu tempo. Não que eu seja velha. Entrei no teatro por causa de um carinha. Acabou que o namoro terminou e eu continuei fazendo peças e gostando. Modéstia à parte, sou boa atriz. Só que fazer teatro nesta cidade é uma luta sem resultados. 

O teatro tá sempre na cauda do cavalo do bandido que faz arreglo com o Poder Público. Sabe o que é arreglo? Sei lá, meu pai falava essa palavra e eu me espantava. Deve ser....acordo. Não tenho certeza.

Bem, falei pro Ivan, meu brother, o mais velho da turma, que talvez no outro ano eu encenasse e ele me propôs um trabalho. Quer dizer, não era um trabalho com produção. 

É que teatro amador na maioria das vezes é quase um sacerdócio, com apoio e patrocínio mixuruca, às vezes, até, de próprio bolso. E exige ensaio, ensaio e mais ensaio. 

A gente tem que gostar da proposta, do projeto. E eu gostei do plano dele de ensaiar O Balcão, de Genet.

Papo vai, papo vem, o Ivan me contou que tem um pessoal profissional aí querendo acabar com os amadores. Pra mim, essa corja não é profissional. 

Profissional que é profissional reconhece a importância dos amadores. São os amadores que se atrevem em novas estéticas sem medo de perda financeira. 

E muitos profissionais começam como amadores. Então aqueles do contra não são profissa. Nem merda são. Merda é expressão 
teatral. Esses pretensiosos são tóxico. Sulfetos. É, são sulfetos.

Falei pro Ivan que nosso teatro na cidade precisava ser mais combativo, andar com as próprias pernas, buscar verbas nas leis de incentivo, etc.

Nesta cidade, como em todas as outras, eu acho, a Arte que sobrevive é a que se deixa cooptar, é a que se vende, a que propaga as obras públicas, a que usa textos angelicais, de datas cívicas, que consegue engatar uma encenação da história da cidade, como aquele grupo, o Sem Tesão Não Tem Perdão.

Eu falava e pensava no Bereco. O safado continuava lá. Nem notou os olhares do Ivan pras minhas pernas. Sorte do Bereco que eu já sabia qual era a do Ivan e eu não curto orgias, entende, Kyu, não curto, mesmo.

O Ivan é liberal demais pra mim. Já me sinto insegura em toda relação que tenho. Imagina eu com o Ivan. Ia ser um inferno.

Fiquei doida com o Bereco. O cara tava bebadaço. Que falta de medida. Não notava que o Mauro tava se chegando demais nele?

Será que o Bereco é....Não, o soco que ele deu no Mauro me convenceu. Apesar de estar pra lá de Bagdá, foi certeiro. Tiraram ele dali. A loira notou a chegada de alguém. Foi para o lado oposto. 

Era o Jorge que chegara. Um primo que não dava folga para ela. Não gostava de vê-la em certas companhias. Principalmente de Mauro que, segundo ele e a torcida da Seleção Brasileira de Futebol, cortava dos dois lados, e era fornecedor de drogas pesadas. A polícia tava apertando o cerco em cima dele até.

Então, decidi acompanhar a viagem do pessoal do teatro. Nem falei com o Bereco. Tava chapadão o idiota. Sem controle, cara. Até crack curtiu. Fiquei num veneno. Se ficasse só na maconha...

Fomos pra uma porção de bares antes de ir parar na Praça Independência. Uma nuvem de maconha nos cercava. Mas eu não deixava de pensar em mim e no Bereco. Não somos tão iguais quanto eu pensava. Somos água e vinho. Às vezes, dá até certo pra um suco. A gente nem assim. 

O Ivan começou o ritual. Um ritual que nunca aceitei em teatro. Sempre fui meio careta. O pó foi passando de punho pra punho e eu só fiquei numa latinha de cerveja.

Todo mundo começou a rir e tagarelar. Todos discutiam sem chegar a lugar nenhum.

Tava olhando pra eles e me toquei que ali eu só conhecia o Ivan. É que teatro é muito dinâmico. Ficam bastante tempo apenas os raros. De duzentos que entram num ano, sobra um depois de quatro anos. Pode acreditar, é isso. Pura realidade, Kyu.

O Ivan sempre teve idéias teatrais de conteúdo. Mas tinha uma fraqueza pelo fumo e mais ainda pelo pó que era um carcinoma.

Se o Ivan fosse mais ajuizado e fosse pra São Paulo, lá ele seria reconhecido. Um cara com o talento dele tava mofando aqui nesta cidade.

O problema é que ele tá ficando velho. Quarenta e sete. Teve um rolo com a minha mãe, que hoje posa de séria, mas, foi uma fumaceira entusiasmada. O que os uniu foi o entusiasmo teatral. Só acho que ela devia era ler mais. 

Caso o Ivan fosse mais careta, dava mais certo. Se só bebesse. Sabe, a centelha de Dionísio? Ivan tem Dionísio. É um cavalo de Dionísio.

Quando comecei a ficar sem controle e os amassos começaram, pedi licença e me mandei. O Ivan tentou me beijar a força. Dei-lhe uma joelhada. Sei que ele me perdoará.

E você, Kyu? Está feliz com o rim que eu te dei? Gostoso, né? Seu focinho tá melado de rim. Sempre gostei de rim. Quando vivo, o dono desse rim que tu comeu só andava a pensar sacanagens. Foi o Bereco que ajudou a tirar ele.

Hoje, o dia foi um porre. Foi o pé esquerdo, recolhi o direito e acordei azeda. Um limão. Um, não. Muitos limões. Acorde com a cara verde. E o dia seguiu. Todo pra baixo.

Sabe o quero agora? Ouvir Radiohead. E Coldplay. E um pouco da Lythium. Pra azedar mais ainda.

Pensando melhor, Kyu, quero ouvir tipo música de funeral ou aquele tipo de musica que envolve um iniciante de filme de terror...

Não tou bem. Tou um saco. Gritei com minha mãe. E ela é uma santa. Não merece meus chutes. Sabe que ela faz teatro desde a década de setenta? Parou bastante no meio do caminho. Pra me criar. Cuidar de mim.

Na sexta pra mim, foi barra. No serviço, um cara chegou, um empregado da manutenção, sacou de um canivete e ameaçou todo mundo no RH. Minha mãe até conhece ele. Fez teatro com ela. Acho que até tiveram um trelelê. Eram jovens. 

Hoje, ele é um alcoólatra. Deve dar um arrependimento nela. Ele não esquece e quando tá possuído pela jurupinga vive dizendo que comeu minha mãe e que ela tinha um rabão que pelo amor de deus...

Quantas vezes, no serviço, noticiaram que ele morreu. E ele sempre aparece pousando de vivo. “Ainda não é agora que a vermelha me pega”. Chama a morte de vermelha. Será que ele acha que a morte é comunista?

Fico pensando se ele era carinhoso com as namoradas. Ainda pergunto isso pra minha mãe.

Se eu soubesse que ia casar com um cara assim, não casaria nunca. Mas a vida é assim. Só vivendo se aprende.

Será que o Bereco vai largar as drogas? Um dia me disse que preferia elas a mim. Fiquei puta.

Será que eu me casaria com o Bereco? Não. Deus que me livre.

Ainda tenho de estudar muito. Minha mãe fala que eu preciso me centrar nisso. Diz-que a mulher estudada se decepciona menos.

Atualmente, o Bereco tá me decepcionando. Tem uns valores muito materiais. E eu começo a me interessar por política.

Ele diz que começou a namorar comigo porque eu era inteligente como as outras não eram. Mentira. Acho. Queria me comer. Só.

Minha mãe nunca foi com a cara do Bereco. Acho que fiquei com ele tanto tempo pra contrariar ela.

A gente tinha que mudar as relações, sabia? Quero dizer, essa coisa de ciúme é uma excrescência. Só que é difícil. Eu também sou ciumenta. Muito. Claro que não dou bandeira.

O Ivan é que tá certo. O cara diz que a liberdade é muito importante na relação de um casal. Só que ele vai além. Pra ele, sociedade perfeita não existe. 

Mas ele admira o padrão dos gregos antigos. Diz-que não havia a idéia de pecado. E ninguém se ofendia com a liberdade sexual do outro. Ninguém ficava fazendo mexericos.

Acho, racionalmente, que ele tá mais ou menos certo. Nossos valores seguem a linha judaico-cristã. Creio até que pra facilitar a reprodução da espécie, o cuidado com a prole, tá certo. Mais ou menos. Ai, eu com meu mais ou menos de novo. 

Eu tenho que ter mais valores absolutos. Não, não, isso é um perigo. Já tenho demais. Preciso é de relatividades valorosas.
Quando vovó faleceu, eu quis ir com ela. Mas não tive coragem. Falei pra todo mundo que ia me matar. Tudo onda. Minha avó foi sozinha.

Tá ouvindo minha mãe correndo? Tá indo acudir meu padrinho. Meu padrinho tá puro osso. E bem velho. Nem sei que idade tem. 

Às vezes, ele grita tanto. Já comemos um pedaço de seu braço direito e de sua perna esquerda. A que você comeu com gana. Lembra?

Mãe disso que ele tem de morrer devagar. Abusou de muitas crianças da família.  Até do Bereco quando ele tinha sete anos. 

Pra mim, a gota d'água foi ele ter abusado de você, Kyu. Pode deixar, segredo nosso. Não conto pra ninguém. Nunca esqueço quando ele se aproveitou de mim. Tenho trauma até hoje.

Ofereceram pra mãe uma função na Prefeitura, mas ela não quis porque iam tirar outra pessoa conhecida dela. Uma atriz veterana da cidade, que fez muito sucesso no passado em peças contra a ditadura. Tava sempre aprontando ao lado de minha mãe. Devem ter sido foda.

Mãe conta que essa colega atriz, apaixonada por um ator, casado, e vendo que era impossível eles ficarem juntos, depois que ele cansou de transar com ela, entrou numas de suicídio, buscando overdose de drogas e bebidas fortes. 

Depois de uns trinta anos, parece que tá saindo dessa, porém, sua constante melancolia e dependência de conhaque, menos que antes, porém muito ainda, atrapalha sua determinação artística...

Agora que me lembrei. Onde está minha chapinha? Será que tá com a Valdice? Depois, eu vejo.


Meu pai tinha transtorno bipolar. E eu não agüentava. Quando ele não tomava os remédios, chegava até a ser violento com minha mãe. Mas ela não deixava barato. 


Pai era baixinho que só. Puxei a ele. Que cacete! Tenho que aceitar isso. Sou baixinha, admito, mas bonitinha. Não, não, bonitinha é bonita tolerada. 

Sou bonita, isto sim, e tenho curvas que deixam os rapazes doidos. Tou sempre de salto e às vezes testo meu rebolado, com respeito, no entanto sem timidez excessiva.

Quando eu tava vindo pra cá, sabe o que eu vi, Kyu? Uns meninos fumando crack. Cheguei até a correr quando vi um deles se aproximar de mim. O número tá aumentando. As meninas esqueléticas e quase nuas, chegam a se prostituir pelas pedras.... Bicha, sabe quem eu vi? 

...A gente tem que mudar daqui. Mas minha mãe tem medo. A gente mora aqui pagando um aluguel de amigo, ela diz. Só que ela se esquece que nós viemos pra cá sob a promessa de financiamento.


O locador tava tava até perdendo os cabelos com um cara que não pagava o aluguel. A gente não, a gente paga em dia.

Quando a gente veio pra aqui, a gente começou a reformar bastante coisa. Trocamos fios, colocamos tomadas, ajeitamos o sótão, construímos até mais dois cômodos.

O dinheiro começou a ser mais seguro pro locador. Aí, ele desistiu de nos financiar o imóvel.

Em resumo, mãe tem medo de alugar outra casa e ser despejado.
...Bicha, acho despejo desumano. Legal, mas desumano. Não legal de bacana. Legal de estar na Lei. Tem muita coisa legal que não é moral. 

Veja, meu conceito de moral é meu, não bate com o dos rábulas. Rábulas só não, todos os servidores dos três poderes seguem definições absolutas e iguaizinhas. É por elas que despejam, que cobram, que mandam muitos pra rua da amargura...

Que papo mais sacal. Às vezes, esqueço e deixou meu QI interferir. QI de merda. Fosse mais burra, me daria melhor. Não sei como você me agüenta. 

Às vezes, me dá uma vontade de morrer de excesso de lucidez. Trancar o banheiro, vedar as frestas. Como quando eu....você sabe..

Kyu, tu tá ouvindo meu padrinho gritar? Mais essa agora. Será outro ataque? Vou lá ver.

Ele gritou mesmo foi quando a gente acorrentou ele. Ainda bem que esta casa é isolada.

domingo, 9 de setembro de 2012

SINFONIA EM MAT

Uma cidade de brinquedo que não é brinquedo.
Na TV da padaria, um avião da TAMAT desvia milagrosamente do tubo de imagens.
- Dois pães, por favor!
Com seu instrumento recolhido, o Mendigo de Pedra Coisinho saiu do banheiro, quente que nem um siri na panela fervente.
Não puxara a braguilha.
Estava cheio de sono, a descarga não funcionara e deixara o vaso transbordando semínimas marrons.
- Quatro roscas, depressa!
Não foi ele que disse isso. Mas, leitor, eu juro que não tenho o nome desse personagem.
Mal olhou o Coisinho, chamou-o pra um canto, baixou sua pauta, ajoelhou-se e massageou-lhe a música, embasbacado com a falta de controle sobre a tremenda vontade de chupar uma Sinfonia. Quem?
A padaria vai pelos ares. O avião da MATAM atravessa a tela da TV.
Uma bomba de chocolate cai do balcão de brinquedo.
-Ah, João, vou falar pra tua mãe!
Ah, já sei o nome de quem disse isso. Como é?

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O TORTURADOR

Quando foram tirados dos crânios que estavam naquele monte de ossos, estavam cheirosos os cabelos, aptos a serem usados para rechear travesseiros.
Quando foram tirados, o torturador nunca iria imaginar que dentre eles estavam outros cabelos. 
Nunca imaginaria que entre eles estavam fios de cabelo de um menino nórdico. 
Aquele seu filho nórdico puro desapareceu entre judeus num campo perto dali, na fuzilaria do inverno de 39, e seus cabelos enchiam aquele travesseiro que usava pensando que era de judeus judiados somente. 
A pele do filho estava também esticada em sua alcova: pele ariana filtrando a luz do abajur na cabeceira da cama.
Quando ele dormia, tinha um modo inconscientemente carinhoso de ligar o abajur e se agarrar ao travesseiro.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

QUANDO CANSAVA

Quando cansava, recolhia o asfalto. Guardava-o nos bolsos, bem dobradinho.

Seu Pai - Divino, há muito divorciado da Deusa-Mãe.

Dera a ele aquele planeta cheio de rodovias pra que ele se divertisse.

Fornecera a ele também um monte de famílias humanas.

Era para que de vez em quando ele atropelasse algumas, dando efeito “blush” ao rosto do asfalto.

MÚLTIPLOS DE VINTE E QUATRO

Sua mão direita cheia de cimento branco. 
Saltava daquele monturo, esperando ajuda.
Sua mão esquerda, quando a usava, nunca tão usada fora como a sua mão direita.
Enquanto não a tiravam do monturo, ele, o Homem, apareceu.

Segurou aquela mão da vitimada, primeiro em espírito solidário, depois, com amor desgastado.
Quando, vinte e quatro horas depois, ela foi resgatada, marcaram encontro.
Combinaram se conhecer no sentido bíblico para dali a vinte e quatro horas.
Bem, quarenta e oito horas mais tarde, casaram.
Cento e quarenta e quatro horas depois, morreram num transatlântico por excesso de posições sexuais num campeonato de Kama Sutrolímpica.
A polícia encontrou cento e noventa e dois exemplares do Kama Sutra ao lado dos corpos que formavam um só bloco, atravessados um no outro: posição Vento em Popa.