quarta-feira, 6 de agosto de 2014

ESPERANÇA DA PELE

Havia aquelas árvores centenárias.
Elas rodeavam a garagem.
Ele pensava: "dá pra ensaiar várias peças aqui".
Um colégio abandonado atrás da casa abrigava fantasmas que deixaram faz muito de responder à chamada.
O seu tio treinava artes marciais na área de serviço.
Os móveis eram raros.
Jovens colegiais de raro em raro passavam pela estrada de terra frente á casa.
Queimavam-se de cigarros estranhos.
As árvores centenárias brilhavam de óleos primitivos.
Ele foi ao pátio do colégio abandonado.
Olhou o silêncio, tocou no vazio, sentindo o seu coração ausente.
O coração ficara na outra casa que não era como esta, de madeira, cortiço de cupins.
Agora, reparava nos matos que cresciam onde havia batidas cordiais.
Seus pelos estavam caindo, mas a pele tinha esperança.

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