sábado, 30 de novembro de 2013

A GRALHA, O PASTOR, A AMÁSIA E O CAFAJESTEZINHO

Uma Águia, saindo do penhasco, capturou uma ovelha e a levou pras brechas das montanhas mais próximas.

Um pescador, em alto-mar, voltava para casa.

Sem pestanejar, a ovelha se despiu da pele e se revelou a loba que era. 

Até que viu uma alga azul a flutuar.

Depenou a ave real com uma mortal chupada.

Não, não era alga, diz-me o Destino.

Uma Gralha das proximidades, invejosa, quis imitar. Vestiu-se de ovelha. A Águia capturou-a.


Viu o céu azul deitar no mar?

Ela então fez tanto barulho e espalhou tanta cor que a Águia ficou estressada, sem notar que ovelha ela não era, porquanto ovelhas não fazem tanto barulho assim.

Uma mocinha a se afogar com seus cachinhos de anil?

Acontece que ao tirar a pele de ovelha suas frágeis garras com unhas pintadas de azul ficaram presas na lã.


Uma sereia com seus dreads tintos em espuma azul?

O Pastor das ovelhas, que estava disfarçado de Águia, pegou a Gralha, cortou suas penas, bloqueando-lhe a possibilidade de visitar o sol e fez um guarda-chuva resistente.

O Pescador a puxou.
Deu carinho, alimentou-a,
E após tirar descanso
No oceano ela saltou.

“Que boa essa gralha”, diz o Pastor à sua Amásia, enquanto o filho corre na frente e volta. Aprenderá a contar histórias mentirosas. Sim, aprenderá.

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