Uma Águia, saindo do penhasco,
capturou uma ovelha e a levou pras brechas das montanhas mais próximas.
Um pescador, em alto-mar, voltava para casa.
Sem pestanejar, a ovelha se despiu da pele e se revelou a loba que era.
Até que viu uma alga azul a flutuar.
Depenou a ave real com uma mortal chupada.
Não, não era alga, diz-me o Destino.
Uma Gralha das proximidades, invejosa, quis imitar. Vestiu-se de ovelha. A Águia capturou-a.
Viu o céu azul deitar no mar?
Ela então fez tanto barulho e espalhou tanta cor que a Águia ficou estressada, sem notar que ovelha ela não era, porquanto ovelhas não fazem tanto barulho assim.
Uma mocinha a se afogar com seus cachinhos de anil?
Acontece que ao tirar a pele de ovelha suas frágeis garras com unhas pintadas de azul ficaram presas na lã.
Uma sereia com seus dreads tintos em espuma azul?
O Pastor das ovelhas, que estava disfarçado de Águia, pegou a Gralha, cortou suas penas, bloqueando-lhe a possibilidade de visitar o sol e fez um guarda-chuva resistente.
O Pescador a puxou.
Deu carinho, alimentou-a,
E após tirar descanso
No oceano ela saltou.
“Que boa essa gralha”, diz o Pastor à sua Amásia, enquanto o filho corre na frente e volta. Aprenderá a contar histórias mentirosas. Sim, aprenderá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário