Os dois estudavam Rousseau.
"...numa
palavra, enquanto se dedicaram às obras que podiam ser feitas individualmente,
às artes que não necessitavam de numerosas mãos, viveram livres, sãos, bons e
felizes, tanto quanto o podiam ser por sua natureza, e continuaram a desfrutar
enter si de um comércio independente; mas desde o instante em que um homem teve
precisão de ajuda de outrem, desde que percebeu ser conveniente para um só ter
provisões para dois, a igualdade desapareceu, introduziu-se a propriedade, o
trabalho tornou-se necessário e as vastas florestas se mudaram em campos
risonhos que passaram a ser regados com o suor dos homens, e nos quais logo se
viu a escravidão e se viu a miséria germinar e crescer com as colheitas"
- Olha pra baixo o suor no
obelisco...
- Sei, sei, está reto,
retíssimo, pronto pra regar.
- O que você tem a fazer?
- Prefiro dar um apertão em
outro lugar.
- Ah, você quer apertar a minha
nádega?
- Bem, não....sim, sim, é isso.
- Vai com cuidado que a terra é
de todos.
"O
primeiro que, cercando um terreno, se lembrou de dizer: ‘Isto me pertence’, e
encontrou criaturas suficientemente simples para o acreditar, foi o verdadeiro
fundador da sociedade civil. Que de crimes e guerras, de assassinatos, que de
misérias e horrores teria poupado ao gênero humano aquele que, desarraigando as
estacas ou atulhando o fosso, tivesse gritado aos seus semelhantes: Guardai-vos
de escutar este impostor! Estais perdidos se vos esqueceis de que os frutos a
todos pertencem e que a terra não é de ninguém"....
- Eu não deixo. Prometo. Só
quero seu orifício de mistérios feito.
- Diacho. Deixa eu baixar a
calcinha.
- É sua primeira vez?
- Claro. Não vê que é rosado e
virgem?
- Mas empina bem, tá? Fica de
quatro patas.
"Recebi
seu novo livro contra a raça humana" – diz Voltaire – "e
agradeço-lhe por isso. Nunca se empregou tanta inteligência com o fim de nos
tornar a todos estúpidos. Lendo-se seu livro, tem-se vontade de andar de quatro
patas. Mas como já perdi esse hábito há mais de sessenta anos, vejo-me,
infelizmente, na impossibilidade de readquiri-lo. Tampouco posso dedicar-me à
busca dos selvagens no Canadá, porque as doenças a que estou condenado me
tornam necessário um médico europeu; porque a guerra continua nessas regiões; e
porque o exemplo de nossas ações tornou os selvagens quase tão maus quanto
nós....”
- Empinar o quê? Não sou pipa,
não.
- Tá. Não empina, mas posso
girar os dedos dentro?
"Vejo-o
saciando-se sob um carvalho, dessedentando-se num ribeiro, deitando-se ao pé da
mesma árvore que lhe forneceu o alimento; e eis com isto suas necessidades
satisfeitas"
- Se é assim......- Mas pensou:
“um rabão destes, mesmo cagado, deve ser gostoso”.- Então, enfia você.
- Mas...acho que...vamos acabar
com isso. Somos desiguais...
“Rousseau distingue duas espécies de
desigualdade: uma, que chamo natural
ou física, porque foi estabelecida pela Natureza, e que consiste na diferença
das idades, da saúde, das forças corporais e das qualidades do espírito ou da
alma; outra, a que se pode chamar de desigualdade moral ou política, pois que
depende de uma espécie de convenção e foi estabelecida, ou ao menos autorizada,
pelo consentimento dos homens. Consiste esta nos diferentes privilégios
desfrutados por alguns em prejuízo dos demais, como o de serem mais ricos, mais
respeitados, mais poderosos que estes, ou mesmo mais obedecidos"
- Não somos desiguais. E tem
mais. Já lhe dei tanta alfafa, que você tem de me dar alguma compensação.
Ela enfia as duas unhas da pata,
contorcendo-se de gozo.
Quando fica piscando pela
própria natureza, ele lhe enfia o membro milimétrico. Ela se apóia com firmeza
no curral. Seus olhos reviram. Ele cospe pra ajudar o buraco negro a devorar
luzes de gozo. Ela ofega, enquanto seu orifício espreme o rabanete do outro,
num esforço de nascimento vegetal. Não percebem o padre que chega pra
extrema-unção. Porta um machado, onde o
sangue de cordeiros sacrificados respinga e ferve no capim seco.
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