Recebeu o juízo final. Entupido
de soníferos.
Romísia, enfurecida e bêbada, enfiou em Malafel a alma em ponta costurada na igreja. Consolou-o.
Depois, esfregou-se nele, gritando histericamente.
Ao pé do caramboleiro, Bíblia com as bordas queimadas.
A partir de então, emudecera, catatônica.
Romísia morrera desde o nascimento e assim continuara, dissimulando a vida.
Devorou um dos testículos de Deus na época.
Todos tínhamos um pouco de culpa.
Éramos a platéia. Masturbávamos.
Ríamos como de um cão e cadela engatados no palco.
E Deus chorava.
Prendíamos segredos na alma inexata.
Nossa incapacidade cabaça experimentava virgindades ansiosas.
Horas embaixo das árvores, testemunhávamos.
Romísia, uma das fúrias gregas.
Ele, deslizante em silente corredeira.
Inventávamos histórias a partir do que presenciávamos.
Éramos sórdidos. Completamente ignóbeis.
Queimamos as asas do anjo, depois de as embebermos de gasolina.
Após, incineramos as nuvens onde ele nascera.
Aguçada a saliva, o Malafel
perdeu as asas, enquanto cristal transtornava os olhos de Romísia com seu
ornamento fálico.
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