Ele sai do muquifo. Pega um maço
no bar do Puto. Lê, "en passant", o jornal no balcão.
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Mexe na bunda da bêbada com
calcinha enfiada no rego. Ela lhe xinga. Ele sai correndo.
Detrás das bananeiras da
comunidade, movimentos de vaivém.
Um cachorro em cima duma cadela.
Tempos passados, isso inspiraria
minutos de sexo solitário.
A cadela sai, ajeitando a calça
e lhe sorri.
Ela agüentaria outra chuveirada?
Encher os jardins de adubo líquido. Hastear a bandeira num planeta de seios
redondos. Coxas grossas, pés descalços...
Alguém me avisa que é um perobo.
Foda-se. O mastro tá erguido. Ela pega um ônibus..Sorte dela. Eu ia foder e
bater, pra aliviar o pecado.
Um sinal de guerra. O sangue
flui rápido. A trombeta do anjo preto fere o ar com sua indignação. O dia do
acerto. Derrubar o bonde deles.
Seria dia de encher os jornais
com fotos. Seus colegas Biruta e Malaco se aproximam. Portam duas AK-47 e uma lança-Rockets/lança-rojão,
que lhe dão com o K estropiado.
Estão intranqüilos. Parece até
que andaram cheirando.
Pensa naquele filme que assistiu
ontem. Não havia enredo. Só foda animal. Enchera-se de tesão. Gozou três vezes
na buceta da Duda, boneca inflável.
Muitas vezes, na vontade de um
prazer diferente, quis fuder Duda junto com os outros, mas, pensava, pensava e
desistia.
Não era capaz de dividir. O que
era seu, era e pronto. O gozo tinha de ser só seu.
Passa de frente do campinho.
Lembra das vezes que jogou ali. Agora, tava tudo cheio de mato.
Um dia, chegou do campinho mais
cedo que de costume.
Presenciou o pai, a estuprar-lhe
a irmã mais nova. Ela só tinha nove anos. Pegara a faca e enfiara nas costas do
painimal.
A mãe morrera no cachimbo havia
dois meses. O crack é foda. Desde pequeno, adoecido pelos maus exemplos.
Quando iria à cidade dos pés
juntos? De quantas orgias ainda participaria? Quanto ainda ganharia? Quanto ainda roubaria? Quantos
alcagüetes queimaria? Detestava alcagüete. O último que matara fora um primo. Bum. Bum.
O parentesco não aliviara o
ódio. Era tanto, que subestimou o perigo e quase se queimou.
Chegaram ao destino. Combinaram
e cada um entrou por um lado da casa.
Barraco vazio. Correram pra
fora. Um anjo esperava. Olhou pra trás. Seu corpo era uma peneira.
Olhou pro anjo que lhe apontava
uma arma, por segurança, pedindo que ele, alma nebulosa, fosse na frente e
seguisse a luz.
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