Um diálogo, na floresta do amor.
- Dá teu pescocinho, garcinha.-
Fungou.
- Mania de vampiro, é, Banguelo?
- Pra te sugar somente um dente
preciso.
- Taradinho. – Arrebitou-se.
- Biquinho gostoso. –
Apertou-lhe a ponta do da direita. Durinho. Soldado pronto pra lutar.
- Ai, não aperta tanto. Dói o
escudo.
- Soldados perfilados à revista,
promovidos a meus generais.
- Você dizia que era um casal de
escoteiros.
- Perto de ti, cada encontro é
uma inspiração. Hoje, acho neles um sentido mais militar. E daí?
Mãos cravadas nas coxas inchadas
de tesão.
- Ai! Cafajestezinho.
Lábios colados, mascando um
mesmo chiclete histórico, guardado desde o início dos tempos.
As mãos ansiosas machucam o insetinho
delicado.
Ela dá o troco. Agarra, febril, o ninho de sua volúpia insana.
- Ui!
- Ta doendo, né?
- Mas tá delicioso.
- Lembra? Foi só você soltar o
queijo e eu créu.
- Eu, feito o corvo. Você, feito
a raposa.
A dama sussurra, após solta um arroto
quase silente:
- Me virei do avesso por você.
Até no meu remoinho você buliu.
- Cabo a rabo.
O suor no pescoço dela, o odor
natural das axilas e dos seios túmidos.
Mordem-se mutuamente. Ele devora
um pedaço da orelha dela.
Ela come-lhe a ponta do nariz.
De um bote, ele engole-lhe a cabeça. Com seus seios, ela esmaga-lhe o corpo.
Dos dois, sobra uma só massa lúbrica.
Aqui e ali, entremostra-se um
lábio tapado por um seio suado.
Em um braço, o nome de eternas
mulheres. No outro, relação de homens provisórios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário